Problemas do sono são comuns em pessoas com doença mental grave e estão associados a maior risco de internação e uso de serviços de emergência de saúde mental. Essas são conclusões de pesquisadores da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e do Instituto Americano de Psiquiatria para Pesquisa e Educação.
Eles acompanharam 1.560 pacientes que tomavam medicamentos para algum distúrbio psiquiátrico. Todos forneceram informações sobre seus diagnósticos, medicamentos, problemas de sono, tratamentos, número de internações psiquiátricas e de uso de serviços de emergência.
Ao final da análise, os estudiosos descobriram que 78% dos analisados tinham algum problema de sono, e que esses pacientes tinham chances maiores de internação psiquiátrica e de uso de serviços de emergência em comparação com aqueles sem problemas para dormir.
Os pesquisadores caracterizaram os seus resultados como um problema médico que deve ser levado em conta na avaliação de custo dos cuidados em pacientes com esses problemas.
Muita gente que sofre de insônia se acostuma com as consequências do distúrbio, como cansaço, sonolência excessiva, irritabilidade, dor de cabeça, raciocínio lento e dificuldade de concentração, e tende a acreditar que nunca terá uma boa qualidade de sono.
Não é verdade. “A insônia é curável, mas depende da disposição da pessoa em mudar hábitos e seguir o tratamento”, garante a médica pneumologista do Instituo do Sono Luciana Palombini. Tratar a insônia é essencial para a manutenção da qualidade de vida e da saúde, já que doenças psiquiátricas (ansiedade e depressão) e cardiovasculares podem surgir em decorrência da falta de sono. Faz parte do tratamento da insônia o uso de medicamentos hipnóticos, que provocam e prolongam o sono.
“Existem os hipnóticos benzodiazepínicos, como o clonazepam, e os não benzo daizepínicos, como o zolpidem. Atualmente, se dá preferência à segunda categoria, pois tem menor chance de efeitos colaterais e dependência”, explica a especialista. “Também podem ser utilizados fitoterápicos, entre eles a valeriana, que é hipnótica, e não tem efeitos colaterais”, orienta. Passiflora, melissa e avenna sattiva são outras plantas que têm propriedades calmantes e podem ajudar o insone a dormir melhor. Além disso, existe o tratamento comportamental, que, de acordo com Luciana, inclui:
1 – HIGIENE DO SONO E CONTROLE DE ESTÍMULOS
-Manter horários regulares de dormir e, principalmente, acordar;
- Evitar atividades estimulantes perto da hora de dormir;
- Se, ao tentar dormir ou após acordar no meio da noite, a pessoa não conseguir pegar no sono novamente, deve evitar ficar na cama deitada, pensando em problemas. Caso demore mais de meia hora para voltar a adormecer, o indivíduo deve se levantar, fazer alguma atividade relaxante e retornar para a cama somente quando sentir sono;
- Praticar atividade física regular. O ideal para quem tem dificuldade em iniciar o sono é fazer o exercício pela manhã;
- Não levar preocupações e coisas de trabalho para a cama;
- Evitar consumir café após as 18h e cigarro ou álcool em qualquer horário;
- Manter o quarto escuro, sem ruídos e confortável.
2 – RESTRIÇÃO DO SONO
A pessoa deve dormir menos do que precisa por um período para favorecer a consolidação do sono. Depois dessa fase, deve retomar o tempo de sono normal. Esse procedimento só deve ser feito com acompanhamento profissional.
3 – TÉCNICAS DE RELAXAMENTO
Relaxamento muscular progressivo e meditação são alguns dos métodos que ajudam quem tem insônia. Também é importante o acompanhamento de um profissional, pelo menos inicialmente.
Esse método psicoterápico visa trabalhar crenças e expectativas inadequadas a respeito do sono. Mais uma vez, a orientação de um profissional especializado é necessária.
Antes de adotar qualquer uma dessas orientações, é preciso procurar um especialista em medicina do sono para avaliar a situação global do paciente. “A pessoa pode se considerar insone se tem dificuldade para iniciar ou manter o sono acima de três vezes por semana por um período de, no mínimo, 30 dias”, afirma Luciana. Mas exames complementares precisam ser realizados para descartar a presença de outros distúrbios, como a síndrome da apneia obstrutiva do sono.
Fonte: Jornal Ururau Online
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